A Teoria da Restrições: O que é?
19 de setembro de 2016A Teoria das Restrições: Como mudar?
19 de setembro de 2016No nosso último post sobre a Teoria das Restrições ou Theory of Constraints (TOC – para quem não o leu, veja aqui) foram discutidos a origem, o conceito e as premissas básicas dessa filosofia de negócios; o conceito mais fundamental da TOC é o chamado gargalo, que restringe de alguma forma o processo de produção como um todo. Partindo desse conceito, procura-se identificar, adaptar e por fim melhorar a produção identificando os gargalos através de três perguntas básicas (o que mudar, como mudar, como motivar a mudança). Este post se concentra na primeira pergunta que leva à aplicação da TOC.
O que mudar?
O primeiro passo para efetuar uma mudança é ter foco, saber exatamente o que se deve mudar. Para isso, a TOC baseia-se no princípio de que a eficácia de uma entidade de produção (ou seja, a capacidade de uma organização empresarial atingir sua maior meta – ganhar dinheiro) está sempre sendo limitada por pelo menos uma restrição ou gargalo. Para Eliyahu Goldratt, um gargalo dentro de um sistema produtivo nada mais é do que um recurso cuja capacidade é menor ou igual do que a demanda alocada para o mesmo. Portanto, identificar o que mudar resume-se a identificar gargalos.
Entre os gargalos a serem identificados, Goldratt descreve três principais:
- Equipamento/Maquinário: A maneira como certos equipamentos são utilizados podem limitar a capacidade de um processo.
- Recursos Humanos: A falta de pessoas capazes e/ou modelos mentais ultrapassados podem gerar comportamentos que limitam um processo.
- Políticas/Normas: Políticas e normas utilizadas tanto formal quanto informalmente podem atrapalhar mais do que ajudar uma empresa a atingir seus objetivos.
Suponha por exemplo uma empresa de nome fantasia “Restriction Corp.” tem como função o corte de vigas de ferro em blocos menores para utilização em outras indústrias e outras etapas de fabricação. Os gerentes da fábrica estão muito preocupados, pois o tempo de produção do produto final é alto e os clientes estão insatisfeitos com a entrega e o desempenho da empresa. O que poderia haver de errado nesse caso?
Partindo da Teoria das Restrições, poderíamos nos deparar que uma das máquinas de corte das vigas consegue processar apenas 1,5 vigas/minuto, enquanto que a chegada dessas vigas na máquina tem uma taxa de 2 vigas/minuto. É fácil ver que essa máquina em particular é um gargalo de Equipamento/Maquinário, pois não consegue atender a demanda (2 vigas/minuto), considerando sua capacidade (1,5 vigas/minuto). Um possível gargalo de Recursos Humanos seria a falta de treinamento dos funcionários ao operar a máquina, o que tornaria o processo ainda mais lento e sujeito a erros. Outro possível gargalo de Políticas/Normas é a política de retrabalho dos blocos de ferro até que os mesmos não possuam imperfeições. Será que todo esse trabalho adicional é percebido pelo cliente? Será que as imperfeições realmente afetam as etapas posteriores?
A última restrição do exemplo acima ilustra a necessidade de se abordar e aplicar a TOC com uma visão sistêmica do processo fabril, isto é, enxergar o processo de produção como um fluxo contínuo, ao invés de segmentá-lo em diversas unidades independentes (Ex.: Montagem, Fabricação e Controle de Qualidade são etapas de um mesmo processo, e não unidades diferentes.). Isso garante que todo o sistema esteja alinhado com uma única meta (no caso de empresas, a maior e mais simples metas de todas é ganhar dinheiro) e permite que os gargalos possam ser trabalhados para atingi-la mais facilmente.
Agora que os gargalos foram identificados, como se pode controla-los e efetuar as mudanças necessárias para que o sistema se aprimore? O que os gestores da “Restriction Corp.” podem fazer? –Confira nosso próximo artigo!
Inscreva-se no curso de Teoria da Restrições da Auctus clicando aqui
Série completa:
A Teoria das restrições: o que é?
A Teoria das Restrições: O que mudar?